Mundo contemporâneo: banalização ou popularização da fotografia?

Tese e antítese se intercalam e movimentam o mundo em praticamente todas as áreas... da sociologia à arte, da biologia à economia. Acompanhar o entrelaçamento entre as idéias de Peter Emerson, sua preocupação ética e de fidelidade ao naturalismo, as preocupações artísticas e pequenas inovações introduzidas por Robinson, às explorações técnicas e revolucionárias de Man Ray... coloca-nos diante de um momento de riqueza e escassez, atual.
O valor que cada uma dessas visões e explorações nos traz... a consciência artística e criativa que esses fotógrafos nos legam, nos incita ao processo ao mesmo tempo artístico e criativo - sem limites - permitindo uma fusão entre o naturalismo e a criação, bastante explorada nas obras de Cindy Sherman.
Diante da popularização das "cybershots"... onde o registro e o cotidiano se tornam comuns, e as imagens se tornam quase "descartáveis", em suas exposições nas redes sociais e a facilidade de retoque, criação e composições através de softwares, o processo artístico e as preocupações dos fotógrafos parecem distantes, como se não tivessem sido impulsionadores desse processo atual. Como disse um amigo certa vez, referindo-se à contribuição de Geoges Méliès para o cinema - sem ele, o cinema talvez fosse nada muito diferente dos vídeos de aniversário da vizinha...
Da mesma forma, para a fotografia, é a imensa contribuição dos pioneiros na fotografia, e em particular Man Ray.
Enquanto alguns ainda se preocupam com a "banalização" da fotografia... vejo que isso é pouco provável - o que acontece é uma popularização... e a população em geral, historicamente pouco esteve ligada à ARTE, seja uma ópera ou à compreensão de uma obra artística visual. Seja restrita aos museus ou gratuita e disponível através de filmes ou internet... a ARTE, sua expressão, manifestação social política e filosofia... depende sempre de quem está interessado em ultrapassar a visão superficial da sociedade vigente.
por Sérgio Roberto de Souza

A São Paulo de Hildegard Rosenthal

Na década de 1940, em plena expansão populacional e industrial que transformaria a capital paulista numa metrópole, São Paulo foi documentada pela fotógrafa suíça Hildegard Rosenthal (1913-1990).
Rosenthal chegou ao Brasil em 1937, fugindo do nazismo. Em São Paulo, se tornaria uma das primeiras fotojornalistas da impressa nacional, realizando reportagens para veículos estrangeiros e nacionais, como os jornais O Estado de S. Paulo e Folha da Manhã.
Junto com os fotógrafos Militão Augusto de Azevedo (1837-1905), Guilherme Gaensly (1843-1928) e Aurelio Becherini (1879-1939), Hildegard Rosenthal construiu a memória fotográfica da São Paulo “antiga”.
As imagens deste post fazem parte do acervo do Instituto Moreira Salles e estão no livro Metrópole (2010).
Alexandre Belém

São Paulo – década de 40. (Hildegard Rosenthal/Instituto Moreira Salles)
Vendedor de frutas na esquina da ladeira Porto Geral com a rua 25 de Março, São Paulo – década de 40. (Hildegard Rosenthal/Instituto Moreira Salles)
Bairro da Liberdade, São Paulo – década de 40. (Hildegard Rosenthal/Instituto Moreira Salles)
Rua Direita com a rua 15 de Novembro, a partir do Largo da Sé, São Paulo – década de 40. (Hildegard Rosenthal/Instituto Moreira Salles)
Confeitaria no bairro da Liberdade, São Paulo – década de 40. (Hildegard Rosenthal/Instituto Moreira Salles)
São Paulo – 1939. (Hildegard Rosenthal/Instituto Moreira Salles)
Casal em bar, São Paulo – década de 40. (Hildegard Rosenthal/Instituto Moreira Salles)
São Paulo – década de 40. (Hildegard Rosenthal/Instituto Moreira Salles)
Viaduto do Chá e Edifício Martinelli, São Paulo – década de 40. (Hildegard Rosenthal/Instituto Moreira Salles)
São Paulo – década de 40. (Hildegard Rosenthal/Instituto Moreira Salles)
Café na Estação da Luz, São Paulo – década de 40. (Hildegard Rosenthal/Instituto Moreira Salles)
Mercado Municipal, São Paulo – década de 40. (Hildegard Rosenthal/Instituto Moreira Salles)
Mercado Municipal, São Paulo – década de 40. (Hildegard Rosenthal/Instituto Moreira Salles)
Mercado Municipal, São Paulo – década de 40. (Hildegard Rosenthal/Instituto Moreira Salles)
Largo da Sé e a Catedral sendo construída, São Paulo – década de 40. (Hildegard Rosenthal/Instituto Moreira Salles)
Rua 15 de Novembro e Largo da Sé ao fundo, São Paulo – década de 40. (Hildegard Rosenthal/Instituto Moreira Salles)
 Praça do Correio. O quarteirão à esquerda desapareceu com a abertura da avenida Prestes Maia, São Paulo – década de 40. (Hildegard Rosenthal/Instituto Moreira Salles)
 Avenida São João com a rua Líbero Badaró, São Paulo – década de 40. (Hildegard Rosenthal/Instituto Moreira Salles)
 Rua do Seminário e o Edifício Martinelli ao fundo, São Paulo – década de 40. (Hildegard Rosenthal/Instituto Moreira Salles)
 Viaduto do Chá e Edifício Mappin ao fundo, São Paulo – década de 40. (Hildegard Rosenthal/Instituto Moreira Salles)
 Edifício Barão de Iguape na praça do Patriarca, São Paulo – década de 40. (Hildegard Rosenthal/Instituto Moreira Salles)
 Avenida São João e o edifício da Delegacia Fiscal ao fundo, São Paulo – década de 40. (Hildegard Rosenthal/Instituto Moreira Salles)
Avenida São João nas proximidades do Vale do Anhangabaú, São Paulo – década de 40. (Hildegard Rosenthal/Instituto Moreira Salles)